Just In Time e Seu papel na Logística


Em seu conceito mais simplista, just-in-time significa produzir, com qualidade, bens e serviços, exatamente no momento em que são necessários, não gerando estoques causados pela produção antes do momento certo e nem atrasos, para não comprometer os prazos de entrega e a imagem da empresa. “O JIT visa atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios”(1991).
Outros vários termos são empregados para descrever o JIT: manufatura enxuta, manufatura de fluxo contínuo, produção sem estoques etc. O fato é que a implantação do JIT nas empresas não se limita só à área da produção. Ele altera os padrões tradicionais da produção, necessitando do envolvimento de todos os agentes e departamentos da empresa.
No modelo tradicional de produção, cada estágio do processo produtivo envia os componentes que produz para um estoque, o que isola esse estágio do seguinte. Normalmente, isso ocorre porque os ritmos de produção de cada estágio não são exatamente os mesmos, fazendo com que o processo todo não tenha um único ciclo.
Não é incomum que alguns setores da produção trabalhem dois turnos para alimentar um outro setor que trabalha em turno único. Isso, logicamente, implica estoques diários e constantes. Abaixo seguem dois esquemas que apresentam as diferenças entre a abordagem JIT e a tradicional.
A principal diferença entre esses dois processos é que, no modelo tradicional, um problema que interrompe a produção no estágio A tem seu efeito amortecido pelo estoque a sua frente. Na abordagem JIT, um problema no estágio A, que cause a parada da produção, será sentido, de imediato, no estágio B e muito rapidamente no estágio C. Dessa forma, as linhas de produção têm que passar por manutenções preventivas constantemente. (Ver adendo sobre manutenção no final desta aula.).
A abordagem JIT requer alto desempenho de todos os elementos e componentes da produção e da empresa.
- A qualidade deve ser alta. Problemas na produção causados por erros reduzem o fluxo de materiais e a confiabilidade interna, além de gerar estoques, caso esses erros reduzam a produtividade ou o ritmo dos trabalhos.
- A velocidade do fluxo de material deve ser alta, pois os lead times (período de tempo desde o pedido do cliente até a data da entrega do produto) são curtos devido à eliminação dos estoques.A confiabilidade é pré-requisito para um fluxo rápido. Se os equipamentos e pessoas não forem confiáveis não se consegue um fluxo rápido.
- A flexibilidade é muito importante para que se consiga produzir em pequenos lotes, com fluxos rápidos e lead times curtos.
O JIT existe: com uma filosofia de produção, como um conjunto de técnicas para gestão da produção.
Uma filosofia de produção:
O JIT é uma expressão ocidental para uma série de técnicas desenvolvidas pelos japoneses com o intuito de fazer bem as tarefas, fazer cada vez melhor e eliminar todos os desperdícios em cada passo do processo. Surgiu no Japão, na Toyota Motor Company, durante a crise do petróleo, no início dos anos 70, quando a filosofia era “dê importância a cada grão de arroz”, criada em um país super povoado e com escassez de recursos.
Eliminação de desperdícios:
Desperdício pode ser qualquer atividade que não agrega valor na produção. Na Toyota, foram observados sete tipos de desperdícios:
1. Superprodução. Não produzir além do necessário, isto é, produzir somente no momento certo.
2. Tempo de espera. A diminuição desses tempos reduz estoques e manuseios que representam custos significativos.
3. Transporte. Os transportes representam, também, manuseio e estoque em trânsito, duas formas de custo que não agregam valor.
4. Processo. Projetos imperfeitos podem gerar operações desnecessárias.
5. Estoques. Representam altos custos e somente são eliminados se detectadas suas causas.
6. Movimentação. Assim como os transportes, pode gerar manuseio e estoque em trânsito.
7. Produtos defeituosos. Refugos, sucatas e re-trabalhos são falhas na qualidade simplesmente inaceitáveis no JIT.
Envolvimento de todos:
Visto como um “sistema total”, a filosofia JIT define diretrizes que envolvem todos os funcionários e processos na organização. Passa a ser uma cultura organizacional voltada para a “Qualidade Total”.
Aprimoramento contínuo:
A palavra japonesa para aprimoramento contínuo é kaizen. As empresas estabelecem metas cada vez mais ambiciosas no que diz respeito a resultados qualitativos, impedindo a acomodação dos funcionários na busca dos objetivos ideais da organização.
TÉCNICAS JIT:
A força motriz do JIT é seu conjunto de técnicas que representam os meios para evitar desperdícios. Resumidamente, são elas:
Práticas básicas de trabalho:
Preparação básica para a organização e seus funcionários, conforme esquema a seguir.
Projeto para manufatura:
O aprimoramento dos projetos pode reduzir, drasticamente, os custos de produção, isto é, os projetos devem considerar não só o produto, mas o processo de fabricação.
Foco na operação:
 A simplicidade, a repetição e a experiência trazem a competência.
Máquinas simples e pequenas:
Várias máquinas pequenas no lugar de uma única grande. Isso gera também flexibilidade e tira a dependência total da máquina grande.
Arranjo físico e fluxos:
 Já vimos na aula número 5. Posicionar os postos de trabalho próximos uns aos outros e na seqüência das operações. Racionalidade das operações de movimentação e bom senso.
Manutenção produtiva total (TPM):
 Eliminação da variabilidade em processos, causadas por falhas ou quebras. Envolvimento de todos os funcionários no zelo e manutenção dos equipamentos, máquinas e ferramentas utilizadas no processo de produção. (Ver adendo sobre manutenção no final dessa aula.)
Redução dos tempos:
 A troca dos itens a serem fabricados deve ser a mais barata possível, em relação a tempo e alterações nos equipamentos envolvidos. Compare o tempo que levamos para trocar um pneu de carro com o tempo que leva uma equipe Fórmula 1. O projeto dos dispositivos envolvidos na troca na Fórmula 1 foi desenvolvido com o foco na operação.
Envolvimento total das pessoas:
Os funcionários devem ser treinados, capacitados e motivados a assumirem total responsabilidade sob todos os aspectos de seu trabalho. Eles poderão se envolver na seleção de novos funcionários, na negociação com os fornecedores e clientes, na avaliação do desempenho das equipes e melhorias, no planejamento e revisão dos trabalhos e na elaboração do orçamento das melhorias.
Visibilidade:
Os funcionários devem ser informados, explicitamente, dos projetos de melhoria da qualidade, novos processos, produtos, operações etc. As medidas de visibilidade poderão envolver:
• Painéis, exibindo as melhorias de desempenho nos locais de trabalho.
• Sinais luminosos e sonoros de alerta.
• Gráficos de desempenho.
• Locais onde são expostos produtos dos concorrentes e produtos próprios com seus defeitos, quando existirem.
Fornecimento JIT:
 Os fornecedores (terceirizados) serão partes integrantes do JIT. Deverão disponibilizar seus produtos no exato momento em que forem necessários, no exato significado da parceria.
O Planejamento e controle JIT envolve uma técnica conhecida como kanban. Essa palavra japonesa significa cartão ou sinal. É um método que controla a transferência de materiais de um estágio para outro na produção. Em uma forma simples e voltando ao exemplo dos nossos estágios do início da aula, quando o estágio B (cliente do estágio A) precisa de materiais para processar, ele sinaliza com cartões. Diferentes cores podem representar diferentes níveis de urgência ou produtos.
Ele é subdividido em:
• Kanban de transporte – avisa o estágio anterior que os materiais já podem ser retirados.
• Kanban de produção – sinaliza que um item pode começar a ser produzido para estoque ou para ser enviado aos estágios seguintes.
• Kanban de fornecedor – sinaliza um fornecedor que é necessário enviar material ou componente para um estágio na produção.
O principal objetivo da produção JIT é atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem desperdícios, e sua justificativa central é que os baixos níveis de estoque por ele gerados economizam investimentos e geram um impacto significativo na habilidade da produção em aprimorar sua própria eficiência. O sistema JIT trabalha, também, em perfeita sintonia como MRP I e II.
Existem três tipos de manutenção:
1. Manutenção corretiva, Como o próprio nome diz, esse tipo de manutenção ocorre no momento de uma quebra ou de uma falha. Na nossa casa, acontece quando o televisor apresenta um defeito e nós chamamos um técnico. Nos automóveis, só trocamos as lâmpadas dos faróis quando elas se queimam.
2. Manutenção preventiva, É feita antes de o equipamento apresentar defeito.
Visa eliminar ou reduzir a probabilidade de paradas nos equipamentos. É o que se faz nos aviões, ou o que fazemos quando trocamos o óleo do automóvel.
3. Manutenção preditiva, É feita antes da parada do equipamento, quando este sinaliza um possível problema. Quando começa a aparecer uma vibração anormal no equipamento é sinal de que algum problema poderá aparecer. Quando o pneu do automóvel faz o volante vibrar, percebemos que algo não está normal.
Autor: Francimar Germano

Postergação de Produção:
Meta: Manter os produtos em um estado neutro ou descompromissado durante o maior tempo possível.
Aplicação ideal: Fabricar um produto básico ou padrão em quantidades suficientes para realizar economias de escala e adiar o acabamento de aspectos específicos, até o recebimento dos pedidos dos clientes.
Vantagens
- Espera maior capacidade de resposta sem sacrificar a eficiência;
- Flexibilidade para atender o cliente;
- Atender somente após o compromisso de compra;
- Uso da tecnologia para ficar livre da dependência das previsões de venda
- Diminuir o número de produtos personalizados acabados;
- Instalações logísticas (acabamento de produto);
Desvantagens
- Perda da economia de escala. Seria uma vantagem se a diferença entre a perda dela e o ganho com a racionalização de despesas fosse pequena;
- Tecnologia inadequada pode gerar problemas com o produto final na fabricação ou entrega na data.
Postergação de Logística:
Meta: Manter um estoque antecipado da linha completa em apenas um ou alguns locais estratégicos.
O destino final do estoque é postergado até o recebimento dos pedidos dos clientes uma vez iniciado o processo logístico, todos os esforços são feitos para mover produtos diretamente para os clientes o mais rapidamente possível.
Vantagens
- Melhor desempenho logístico reduz dependência de estoque de segurança;
- Valor do tempo / encurtar o processo acelera a rotação do estoque;
- Melhores previsões devido à redução de incertezas;
- Desconto e ganho com aplicação de recurso / estoque grátis;
- Desempenho em “tempo hábil” e “redução de custos”: postergação e consolidação;
Desvantagens
- Necessidade de alta tecnologia.


Fonte:http://pt.shvoong.com/business-management/1931527-estrat%C3%A9gia-posterga%C3%A7%C3%A3o/#ixzz2OKoKJK31

1 comentários:

xisto de medeiros filho. 3 de janeiro de 2017 às 16:19  

JIT da edificação com coordenação modular, componentes de padrão mundial, práticas por CDs de logicística reversa, industrialização sem novas plantas industriais com apenas montagem no canteiro.
Teia de engenharias definida a priori: autores, atores, papeis, protagonistas, responsáveis e responsabilidades definidas.
Desenvolvidos sistemas abertos, elástico e flexíveis.

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